Consequências do Vaticano II
A Seita Progressista e o Vaticano II – Parte I
O espírito da liberdade se infiltra na Igreja
Em 1943, Plinio Corrêa de Oliveira publicou o livro profético
Em Defesa da Ação Católica. (1) Atualizado e ampliado por ele em 1953, tornou-se um belo catecismo (2) contra o neomodernismo ou progressismo, que se enraizou no Brasil no período de 1932-1943.
Em poucas palavras, a ‘seita progressista’ aplicou sua ideologia - o trio diabólico da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade - à Igreja Católica.
Liberdade
O liberalismo católico foi caracterizado pela rejeição de normas tradicionais e há muito estabelecidas sobre instrução e educação, que haviam sido talhadas em pedra e destiladas por uma longa história da sabedoria católica.
Tal instrução incluía fugir da ocasião próxima de pecado, não se expor voluntariamente às tentações, combater tendências desordenadas, fazer exames de consciência e confissões frequentes e praticar penitência e mortificação.
Supõe-se que o mandato dado à Ação Católica (AC), com seus ideais fascinantes e sua participação na sagrada liturgia, seria suficiente para libertar seus membros da necessidade de controlar suas paixões e se esforçar para sua santificação pessoal.
Em outras palavras, esta seria a vacina maravilhosa contra a sedução do demônio, do mundo e da carne.
Esta suposta irresistível “graça de estado” do apóstolo da AC supostamente o dispensava da necessidade de uma vida interior e praticamente negava a vital cooperação livre do homem com Deus.
Sob o pretexto do “apostolado da infiltração,” os católicos entravam em ambientes mundanos “para converter e cristianizar” aqueles que ali encontravam.
Referimo-nos principalmente a clubes, bailes, festivais de carnaval pagãos, praias, teatros obscenos, concursos de ginástica e beleza, bem como jogos e diversões sempre proibidos diante dos homens sérios.
O novo apostolado recomendava até mesmo levar “Cristo” aos bordéis, ação até então condenada por todos os moralistas católicos sob pena de ferir a nobreza sobrenatural conferida à alma pelo batismo.
Ao mesmo tempo, havia um silêncio sistemático sobre namoros precoces e sensuais, filmes pornográficos, modas indecentes, cantores frívolos, más companhias e leituras perigosas à castidade. Essa atmosfera liberal levou a uma perigosa camaradagem entre rapazes e moças, o que por sua vez favoreceu flertes e escapadas licenciosas.
Qualquer punição por desobediência às regras de modéstia no vestuário para membros da Ação Católica era censurada como "falta de caridade." Quebrar códigos de vestimenta era justificado pelo argumento ridículo de que a dignidade humana seria ferida se padrões de vestimenta e comportamento fossem impostos. A infiltração resultante do espírito mundano em círculos eclesiásticos e leigos causou grande dano.
O sagrado livro de orações e explicações da missa, o Manual de Cristo escrito pelo padre francês Leonard Goffiné (1648-1719), foi ridicularizado e estigmatizado como sendo enganoso e muito distante de manifestações autênticas da religiosidade católica.
Essa nova mentalidade menosprezava a piedade pessoal e promovia atos litúrgicos comunitários. Assim, a Via Sacra, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e as escolas de espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e Santo Afonso de Ligório foram denegridas como “ultrapassadas,” “desorientadas” e “de mentes estreitas.”
Essa mentalidade liberal da Ação Católica também rejeitou o esforço intelectual, as mortificações, o sacrifício, a expiação, o jejum e o ascetismo. Foi uma rejeição implícita da Cruz “fácil e leve” de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 11,30).
Os tradicionais “retiros espirituais” – supostamente muito desgastantes para a inteligência, a vontade e o corpo – foram substituídos pelos modernos e pouco exigentes “dias ou semanas de estudo.”
Os frutos dessa mentalidade progressista hedonista incluíam um desprezo pelas ordens religiosas contemplativas, um descrédito das obras místicas de São João da Cruz, críticas ao uso de véus nas igrejas; aprovação de roupas masculinas e fumo para mulheres, e uma compreensão liberacionista, permissiva e freudiana dos 6º e 9º Mandamentos de Deus.
O progressismo também promoveu a noção de que os Evangelhos podem e devem ser apresentados “puramente,” sem as “interpretações subjetivas, fantasiosas e até enganosas” de um catolicismo constantiniano, gregoriano e tridentino. Seguindo essa linha de pensamento, pouco se falava sobre pecado venial e mortal, dos ‘novíssimos do homem: morte, juízo, inferno e paraíso.
Esses foram os resultados nefastos da aplicação da liberdade dentro da Igreja Católica por uma nova Ação Católica social inspirada na liberdade da Revolução Francesa.
Enquanto o movimento leigo buscava transformar a sociedade no espírito de Jesus Cristo, um bom objetivo, logo começou a promover obras sociais, uma ação infectada pelo espírito da Revolução.
Continua
Em poucas palavras, a ‘seita progressista’ aplicou sua ideologia - o trio diabólico da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade - à Igreja Católica.
Liberdade
O liberalismo católico foi caracterizado pela rejeição de normas tradicionais e há muito estabelecidas sobre instrução e educação, que haviam sido talhadas em pedra e destiladas por uma longa história da sabedoria católica.
Tal instrução incluía fugir da ocasião próxima de pecado, não se expor voluntariamente às tentações, combater tendências desordenadas, fazer exames de consciência e confissões frequentes e praticar penitência e mortificação.
Supõe-se que o mandato dado à Ação Católica (AC), com seus ideais fascinantes e sua participação na sagrada liturgia, seria suficiente para libertar seus membros da necessidade de controlar suas paixões e se esforçar para sua santificação pessoal.
Acima, na década de 1960 já havia costumes e padrões de vestimenta relaxados nos grupos da Ação Católica; abaixo, uma manifestação, na mesma época, da A.C. reivindicando justiça social em São Paulo.
Esta suposta irresistível “graça de estado” do apóstolo da AC supostamente o dispensava da necessidade de uma vida interior e praticamente negava a vital cooperação livre do homem com Deus.
Sob o pretexto do “apostolado da infiltração,” os católicos entravam em ambientes mundanos “para converter e cristianizar” aqueles que ali encontravam.
Referimo-nos principalmente a clubes, bailes, festivais de carnaval pagãos, praias, teatros obscenos, concursos de ginástica e beleza, bem como jogos e diversões sempre proibidos diante dos homens sérios.
O novo apostolado recomendava até mesmo levar “Cristo” aos bordéis, ação até então condenada por todos os moralistas católicos sob pena de ferir a nobreza sobrenatural conferida à alma pelo batismo.
Ao mesmo tempo, havia um silêncio sistemático sobre namoros precoces e sensuais, filmes pornográficos, modas indecentes, cantores frívolos, más companhias e leituras perigosas à castidade. Essa atmosfera liberal levou a uma perigosa camaradagem entre rapazes e moças, o que por sua vez favoreceu flertes e escapadas licenciosas.
Qualquer punição por desobediência às regras de modéstia no vestuário para membros da Ação Católica era censurada como "falta de caridade." Quebrar códigos de vestimenta era justificado pelo argumento ridículo de que a dignidade humana seria ferida se padrões de vestimenta e comportamento fossem impostos. A infiltração resultante do espírito mundano em círculos eclesiásticos e leigos causou grande dano.
O sagrado livro de orações e explicações da missa, o Manual de Cristo escrito pelo padre francês Leonard Goffiné (1648-1719), foi ridicularizado e estigmatizado como sendo enganoso e muito distante de manifestações autênticas da religiosidade católica.
Essa nova mentalidade menosprezava a piedade pessoal e promovia atos litúrgicos comunitários. Assim, a Via Sacra, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e as escolas de espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e Santo Afonso de Ligório foram denegridas como “ultrapassadas,” “desorientadas” e “de mentes estreitas.”
Essa mentalidade liberal da Ação Católica também rejeitou o esforço intelectual, as mortificações, o sacrifício, a expiação, o jejum e o ascetismo. Foi uma rejeição implícita da Cruz “fácil e leve” de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 11,30).
Os tradicionais “retiros espirituais” – supostamente muito desgastantes para a inteligência, a vontade e o corpo – foram substituídos pelos modernos e pouco exigentes “dias ou semanas de estudo.”
Os frutos dessa mentalidade progressista hedonista incluíam um desprezo pelas ordens religiosas contemplativas, um descrédito das obras místicas de São João da Cruz, críticas ao uso de véus nas igrejas; aprovação de roupas masculinas e fumo para mulheres, e uma compreensão liberacionista, permissiva e freudiana dos 6º e 9º Mandamentos de Deus.
O progressismo também promoveu a noção de que os Evangelhos podem e devem ser apresentados “puramente,” sem as “interpretações subjetivas, fantasiosas e até enganosas” de um catolicismo constantiniano, gregoriano e tridentino. Seguindo essa linha de pensamento, pouco se falava sobre pecado venial e mortal, dos ‘novíssimos do homem: morte, juízo, inferno e paraíso.
Esses foram os resultados nefastos da aplicação da liberdade dentro da Igreja Católica por uma nova Ação Católica social inspirada na liberdade da Revolução Francesa.
Enquanto o movimento leigo buscava transformar a sociedade no espírito de Jesus Cristo, um bom objetivo, logo começou a promover obras sociais, uma ação infectada pelo espírito da Revolução.
Retiros espirituais sérios substituídos por meditações juvenis em posições livres da moral
- Plinio Corrêa de Oliveira, Em Defesa da Ação Católica, Editora Ave Maria, São Paulo, 1943.
- Dom Antônio de Castro Mayer, Carta Pastoral sobre Problemas do Apostolado Moderno, Boa Imprensa, Campos, 1953, 2° ed. O verdadeiro inspirador deste livro - nunca mencionado - foi o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Postado em 15 de janeiro de 2025
______________________
______________________
Volume I |
Volume II |
Volume III |
Volume IV |
Volume V |
Volume VI |
Volume VII |
Volume VIII |
Volume IX |
Volume X |
Volume XI |
Edição Especial |